Curiosidades sobre a parceria entre a Toei e a Marvel

Após o término de Spiderman (Homem-Aranha), a parceria entre a Toei e a Marvel prosseguiu na produção das séries BATTLE FEVER J, Denji Sentai DENZIMAN e Tayou Sentai SUN VULCAN, que acabou originando o gênero Super Sentai (Super Esquadrão).

BATTLE FEVER J (03/02/1979 à 26/01/1980)

A primeira idéia era uma série baseada em um dos personagens mais populares da Marvel, o Capitão América, que na versão japonesa seria o “Capitão Japão”.Como o design do Capitão América acabou não sendo utilizado, foi pensado em um título japonês com a uma palavra da moda naquela época “fever”, passou a ser chamado então Battle Fever J.

O Capitão Japão se tornou então “Battle Japan”, o principal membro do Battle Fever J.

O único design utilizado pertencente a Marvel Comics, foi da época em que a editora ainda se chamava Timely Comics nos anos 40, que foi o design da Miss América.

Miss América - Publicação de 1944

Na equipe Battle Fever, formada por 5 guerreiros, somente o único membro feminino usa o mesmo nome e símbolo no uniforme similar a Miss America original.

Miss America (versão japonesa em Battle Fever J)

Em 1977, a Marvel Comics iniciou a publicação do gibi da heroína Ms. Marvel, que também influenciou o visual da Miss America do Battle Fever J.

Ms. Marvel nº1 (publicação de janeiro de 1977)

Do visual foi aproveitado o cabelo, a máscara nos olhos, e o lenço no pescoço. Como o gibi da Ms. Marvel foi produzido praticamente na mesma época que Battle Fever J, acabou sendo o fator fundamental para a ocorrer a influência.

Ou seja, a Miss America de Battle Fever J é um híbrido das heroínas americanas Miss América de 1944 e Ms. Marvel de 1977.

Todavia, o já mencionado design do Capitão América que não foi utilizado, na versão de 1941 de Joe Simon pode se ver que o escudo do herói teve influência no emblema de sua versão feminina, a Miss América.

Capitão América de 1941

O logo da própria Timely Comics lembrava o escudo antigo do Capitão América.

Denshi Sentai DENZIMAN (Esquadrão Eletrônico DENZIMAN - 02/02/1980 à 31/01/1981)

Denziman foi uma série que já fugia do padrão da Marvel Comics.

O único design aproveitado foi para a vilã Rainha Hedorian (interpretada por Machiko Soga), baseado no visual da Hela, a rainha da Morte.

Rainha Hedorian (Denziman) e Hela (Marvel)

A primeira aparição de Hela foi na edição nº 102 de Jorney Into Mistery (Março/1964).

Originada da mitologia nórdica, é uma criação de Stan Lee e Jack Kirb.

Confira o perfil da personagem no site oficial da Marvel:
Perfil de Hela, a Rainha da Morte

Taiyou Sentai SUN VULCAN (Esquadrão Solar SUN VULCAN - 07/02/1981 à 30/01/1982)

Em SUN VULCAN, a última produção em parceria com a Marvel, nenhum design foi utilizado.

A única participação da Marvel foi nos títulos dos brinquedos e merchandising de produtos relacionados. Os produtos faziam parte da lista da M.C.G. (Marvel Comics Group).

Naquela época na embalagem da borracha escolar SUN VULCAN, o copyright era relacionado à TV Asahi/ M.C.G/ Toei

Conclusões

Nos três sentais foram usados poucos elementos da Marvel. É comum se criar personagens se inspirando em designs de criações de terceiros, muitos fazem isso sem ao menos precisar de parceria com os criadores originais dos personagens (vide o anime Rurouni Kenshin em que aparece samurais baseados nos designs do Gambit e Omega da Marvel).

A única produção que teve cara de parceria com a Marvel foi mesmo Homem-Aranha, embora seja uma série com uma receita totalmente japonesa, aonde os elementos utilizados além do herói principal foi o visual do Coisa do Quarteto Fantástico para o Machine BEM (Monstro Máquina) Sansão. O vilão principal, Professor Monster, parece ter sido meio baseado no Dr. Doom (Dr. Destino), mas nada comprovado oficialmente.

O Machine BEM Sansão da série Homem-Aranha da Toei é muito parecido com o Coisa do Quarteto Fantástico.

Pode haver mais influências, conforme for descobrindo postarei aqui.

Mesmo sendo fã da série japonesa do Homem-Aranha, não tenho como negar que essa parceria foi um fiasco em relação a adaptar os heróis Marvel para o Japão.
O lado bom é que graças a essa pseudo-união, o gênero Super Sentai se firmou no Japão, já que após Sun Vulcan esse formato de uma equipe com um robô gigante continou mesmo sem a Marvel estar envolvida, seguindo com a série Goggle V, ..., Changeman, Flashman, Maskman, entre outras até chegar em Zyuranger, a primeira série usada na adaptação americana Power Rangers, cujo gibi chegou a ser produzido pela Marvel Comics, que assim recebeu de volta seu filho bastardo.

Engraçado que hoje Power Rangers pertence à Disney, e a Marvel também.

Gibi dos Power Rangers lançado pela Marvel nos anos 90

Go Ranger e JAKQ (criações de Shotaro Ishinomori) são oficialmente considerados as primeiras séries Super Sentai, embora Battle Fever J que veio depois foi a série que originou o gênero. Saiba mais.

Acompanhe a série do Homem-Aranha japonês legendada em português pelo KN78 Fansub.

Fonte: Spider-Manブログ

Tema do Top Gear em ritmo de Axé

A decepção com o filme "Kamen Rider DECADE: All Riders VS Dai Shocker" não é nada perto do desgosto de escutar isso.

Um dos temas mais clássicos do videogame e que marcou toda uma geração que jogou o Super Nintendo, convertido para o ritmo brega do Axé. O que mais falta acontecer?

Confira a tosqueira.

"É o Topamix vem curtir o pancadão... jogue a mãozinha e bate a palminha".

Que diabos é isso?!

Filme do Decade que reúne todos os Kamen Riders é um fiasco!

Não acredito que esperei meses por um LIXO desses!

Minha opnião (Contém Spoilers)

A participação dos riders da era shouwa foi ridícula, além de fazerem piadas em relação as séries antigas, devido a arrogância dos produtores que acham que estão fazendo algo muito evoluído.

Também, o que poderia se esperar dessa idéia de juntar os verdadeiros riders (que usavam de artes marciais e destruíam seus inimigos usando uma técnica derivada de um chute) com os pseudo-riders da era heisei (que usam armaduras trambolhos e que derrotam seus inimigos através do uso de armas espalhafatosas, dos quais se salvam apenas Kuuga e Agito). O resultado foi o lamentável “Kamen Rider Decade: All Riders VS Daí Shocker”.

Não teve quase cena de ação decente, somente um show de CG e ainda por cima de mal gosto, como aquela cena dos soldadinhos shocker voando e se lançando como bombas.

Os vilões clássicos foram tratados como comédia pastelão, e se comportavam como debilóides e desastrados lembrando o comportamento dos vilões da versão americana "Saban's Masked Rider" dos anos 90.
Piadas idiotas relacionada a transformação de Jigoku Taishi e Dr. Shinigami em monstros foram incluidas.

A participação do Gackt como Jouji Yuuki (o Rider Man) foi totalmente inútil e puro marketing para promove-lo entre os artistas de J-POP. Foi como se fosse uma participação especial da Ivete Sangalo.

Quando Tetsuo Kurata apareceu na coletiva de imprensa que anunciava sua participação, eu esperava que o Kamen Rider BLACK e RX teriam grande importância na história, uma vez que o Imperador do Daí Shocker seria seu arquiinimigo Shadow Moon.

Mal imaginava que a maior participação de Tetsuo Kurata foi nos eps. 26 e 27 de Decade, que por sinal foram bem melhores que este movie.

No movie a aparição de Isamu Minami se resume a uma misera despedida no finalzinho, juntamente com Shouchi (o AGITO).

Nunca fui paga pau de Shadow Moon (tanto que não concordei muito com a história dele ser o chefão do Dai Shocker), mas mesmo assim achei péssima a maneira como esse vilão foi tratado nesse filme, sendo derrotado e humilhado pelo travesti arrogante do Kamen Rider W.

Esses riders novos de heróis não tem nada, são arrogantes e metidos a fodões, e não tem honra para derrotar os inimigos através de técnicas de luta, só se utilizam de suas armas bizarras (para vender brinquedos horrendos).

Quantas vezes me pego durante esse filme, vibrando com cenas em que esses novos riders apanham e até torcendo para os vilões destroça-los (coisa que infelizmente eu já sabia que não iria acontecer).

Os atuais produtores e roteiristas da TOEI são péssimos. Acabaram com o espírito do verdadeiro herói, e faliram com o gênero tokusatsu.

Shadow Moon é humilhado.

A participação de Isamu Minami se resume a esta imagem.

Gackt (que de Riderman não tem nada) faz seu marketing.

Remake de Mighty Morphin POWER RANGERS

Finalmente chegou a hora dos fãs de Power Rangers sofrerem o mesmo desgosto que os fãs de séries tokusatsu viveram!

Vejam abaixo no "globo visualizador" que linda a nova versão de Mighty Morphin Power Rangers (a primeira versão clássica), que está sendo exibida pela rede ABC nos EUA.

Com o fim dessa maldita franquia que distorceu a imagem do super sentai e até de todo gênero tokusatsu no ocidente, a Disney e a Bandai resolveram faturar com a primeira série que possui muitos saudosistas.

Para conquistar também a nova geração resolveram remasterizar a série e acrescentar novos efeitos, e ficou bunituuuu!
Em algumas cenas aparece de fundo uns coloridos psicodélicos, com as cenas recortadas, além de acrescido onomatopéias ao estilo Batman dos anos 60.

Assim como os fãs dos verdadeiros heróis, que curtiram séries realmente clássicas e de qualidade como Changeman e Flashman tivemos o desprazer de ver séries legais como Zyuranger e Dai Ranger, que nunca foram exibidas aqui sofrendo alterações para se tornarem esses grotescos Power Rangers, agora finalmente teremos o prazer de ver os fãs dessa praga sentindo o mesmo desgosto que sofremos naquela época.

Quero ver os fãs de adaptações terem a mente aberta agora, para esta que também é considerada uma nova adaptação.

Esta aí a versão alterada e remontada de Mighty Morphin POWER RANGERS, com novos efeitos especiais de extremo bom gosto , e logo deve estrear no Brasil (redublada claro!).

Novo logo futurisco com uma meleca verdolenta atrás

Megazorba com uns efeitos do sol do cenário do E.Honda do SFII

"Vamo detonar galera!" diz Jason recortado com o fundo do Karateka Shinpato Yamazaki.

GO! GO! Onomatopéia com perspectiva! "Manero!"

Meu... mesmo um fã de Power Ranger deve desligar a televisão de desgosto ao ver uma tosqueira dessas!

Não mexam com o playboy bombado metido a herói.

Esse efeito é o que ficou mais bunitu e bem recortado.

Quanto ao gênero sentai no Japão...

Mesmo com o prazer do final da franquia PR, as novas séries não estão valendo mais a pena devido a decadência do gênero no próprio Japão nesses últimos anos, que ficou infantil demais assumindo de vez o publico alvo e já não agradando mais a todas as idades.

E as séries dos anos 90, as primeiras a serem vítimas de PR (Zyuranger, Dai Ranger, Kakuranger, Ohranger...) pelo visto continuarão com os direitos utilizados pela Disney devido as reprises, e mesmo que estivessem livres para serem exibidas no ocidente dificilmente alguém se interessaria em adquirir os direitos pois seriam vistas como coisa antiga.

Curiosidades sobre Lion Man 2

Há um tempo atrás fiz uma postagem sobre curiosidades do tokusatsu Lion Man, e sobre alguns mistérios que ocorreram na série.

Para complementar resolvi postar uma segunda parte, que aborda principalmente a substituição de Koji Tonohiro por Fukushima no papel de Tora Jônosuke, alter ego de Tiger Joe.

Confira agora no texto escrito por Michel Matsuda (Universo Otaku):

TRAGÉDIA EM LION MAN

Koji Tonohiro (1947-1972)

Uma terrível tragédia abalaria as gravações da série Kaiketsu Lionmaru (Lionman, na versão brasileira). O jovem ator Kôji Tonohiro, 25 anos, intérprete do rival Jônosuke Tora (Tiger Joe), viria a falecer durante as filmagens na locação de Hikone, província de Shiga. E uma morte de forma totalmente estúpida. Numa das raras oportunidades, Kôji e Tetsuya Ushio (intérprete do Dan Shishimaru/Lionmaru) estavam bebendo sakê na hospedaria da locação. Depois de esvaziarem mais de 10 garrafas, Tetsuya se retirou, pois tinha gravação no dia seguinte. Como Kôji estaria de folga, continuou enchendo a cara até altas horas da noite, junto com o pessoal do staff. Já bêbado, ao procurar pelo banheiro, Kôji entrou num corredor escuro, acabou tropeçando e caiu sobre a porta-corrediça de vidro da banheira. Ele sofreu um corte profundo no abdômen e acabou falecendo devido a perda de sangue. Avisado do incidente, Souji Ushio (criador da série) foi correndo ao local, assim como a noiva de Kôji. Tonohiro atuou do episódio 27 ao 41, sendo substituído pelo ator Tomotake Fukushima, do episódio 42 ao 53. Fukushima ainda apareceria na série seguinte, Fûun Lionmaru, como Tiger Joe Jr. Por irônia do destino, Tiger Joe estava previsto para ficar até o episódio 30, mas com a popularidade ascendente do personagem, que chegava até a ofuscar o herói, o produtor da Fuji TV, Kôji Bessho, pediu para que ele se tornasse fixo.

Koji Tonohiro como Jônosuke Tora

Aproveitando o tópico, mais algumas curiosidades sobre a criação da série:

DE LION MAN PARA LION MARU

Jaguarman - filme piloto

Com o sucesso garantido da série Spectroman, uma nova série começou a ser planejada pela P-Production, já no final de 1971. A base seria o filme piloto “Jaguarman”, um projeto de série de TV da mesma P-Production, que acabou não vingando em 1967. Seguindo os moldes de um herói com características felinas, surgia Lionman, que se passaria em 1480, na Era Muromachi, e contaria a história de um jovem que buscava vingança contra “Dai Maoh”, pela morte de seu mestre. Após algumas mudanças no conceito, mudaram a época para um pouco mais adiante, durante o período da Guerra Cívil (Sengoku Jidai), e o título da série, para Kaiketsu Lionmaru (Heróico Lionmaru). Por mera coincidência, Lionman acabou sendo o título adotado no Brasil. A princípio, Lionman se passaria nos dias atuais, idéia que acabou sendo utilizada na série Lionmaru G. Para buscar um diferencial com outras obras, a época foi mudada a pedido da Fuji TV. Passado o audition para a seleção do herói, Tetsuya Ushio teve que aprender em cinco dias a montar cavalo, e além disso, para compor o Hikari-maru, foi utilizado um cavalo de corrida! Ele, que nunca teve intimidade com cavalos, anos mais tarde, em 1987, viria a se tornar o primeiro apresentador do programa de Jockey, Super Keiba. Estreado a série, Tetsuya passou a se dar muito bem com o elenco, principalmente com a Akiko Kujô, intérprete da Saori. Tanto é que, depois do seriado eles se casaram... E ele ainda mantém contato com o Tomotake Fukushima (Tiger Joe), que é dono de uma pensão em Nagano.

Fonte: Uchusen Vol.123

Por: Michel Matsuda

Tomotake (ou Yoshitaka?) Fukushima

Obs: Michel, em seu texto, chama Fukushima pelo nome de Tomotake ao invés de Yoshitaka (como em alguns sites estrangeiros), pois acredita ser esta a leitura correta devido a ter encontrado no Google o nome de uma pessoa com os mesmos kanjis e com essa pronuncia.

Primeira parte de Curiosidades sobre Lion Man, aqui.

Morre o ator Tetsuo Narikawa, o Spectreman

Faleceu na manhã do dia primeiro, às 8h03, o ex-ator Tetsuo Narikawa, vítima de câncer pulmonar, aos 65 anos. Nascido em 15 de abril de 1944, Narikawa ficou conhecido ao interpretar o personagem Jôji Gamô (Kenji no Brasil), alter ego do herói Spectreman, seriado da P-Production, exibido em 1971. Depois de deixar as telas, Narikawa se dedicou ao karate, ao qual havia se tornado instrutor, há cerca de 25 anos. Narikawa era casado com a ex-atriz Shôko Sekiguchi. A cerimônia de funeral vai ser realizada no próximo dia 7, em Tokyo.

Fonte: Sponichi Annex.

Por: Michel Matsuda