A Real Turma da Mônica Jovem: por El Macbee

Nesses dias encontrei este video interessante no youtube que traduz a minha visão sobre essa moda de transformar personagens clássicos infantis em mangá versão jovem, que iniciou com a Turma da Mônica seguido por Luluzinha Teen e (pasmem!) até uma versão do Didi Jovem (aquele dos Trapalhões) chamada Didi & Lili.

A versão da Mônica Jovem de Macbee mostra de forma mais realista os problemas que a turma enfrentaria em sua adolescência baseando-se na personalidade de cada um. Se determinadas características eram um problema na infância, a tendência na adolescencia é piorar, pois é uma época em que a maioria busca aceitação e existe uma grande competição por popularidade, e conseqüentemente bullying mais pesado.
Mas assim como Mauricio exagerou no mundo adolescente feliz, Macbee exagerou na tragédia da Turma da Mônica já que todos acabam morrendo e na m****.

Não acho que Mauricio de Souza deveria ser tão cruel com seus personagens, mas ao invés de fazer essas histórias fúteis ao estilo Malhação e se preocupar demais em agradar pais e pedagogos, por estar seguindo o estilo mangá deveria fazer algo mais realista.

O mangá (ou pelo menos o que ele foi) tem como característica não omitir os problemas da vida, e mostrar a luta dos personagens para superar a adversidade. Mas o que vemos em Turma da Mônica Jovem?
Um Cebolinha que tinha complexo de sua calvicie precoce, agora está um adolescente alegre pelo milagre da natureza que o fez superar a calvicie hereditária de seu pai (e ainda tira um sarro do velho). Agora que ele fez um tratamento com a fonoaudiologa pelo particular, sem se preocupar com a fila de espera do SUS, consegue falar bem e está pronto para conquistar as gatinhas.

Como a versão do Macbee, seria mais legal um Cebolinha em plena adolescência sendo alvo de piadas dos colegas devido a seus problemas, mas superando pouco a pouco ao invés de terminar encolhido no canto de sua casa.

Lembro-me de uma história antiga do Cebolinha em que aparece um jovem que tem apenas cinco fios de cabelos e vivia de mau humor devido a ser alvo de piadas das pessoas, era agressivo até com a própria mãe. Um dia ele encontrou o Cebolinha e se assustou em ver como aquele garotinho que tinha o mesmo problema que ele conseguia viver feliz. O cara chegou para o Cebolinha e perguntou se ele não se sente mal de ser assim, aí o menino respondeu que chegam a fazer piadas e tal, mas ele não leva tão a sério.
A história termina com o jovem calvo feliz que não se deixa mais se abalar com piadas de mau gosto e a mãe dele contente por ver que seu filho superou esse trauma.
Uma história da turma da Mônica tradicional que ao meu ver tem muito mais qualidade e algo a transmitir, do que essa versão jovem da Malhação.

Mas agora temos um Cebola que foi mediocrizado, perdendo suas características marcantes e se tornando comum igual a todo mundo. Também achei idiota demais o Cascão superar seu medo de água na maior facilidade para ser aceito pelas meninas, e sem sofrer um trauma sequer pela atitude já que ele tomou banho para ser aceito e não por ter compreendido a importância da higiene para a saúde.

E a modinha do Mauricio de Souza que se tornou uma mina de ouro, já que o brasileiro prefere deixar se levar pela ilusão e futilidade e fechar os olhos para os problemas, influenciou a criação da Luluzinha versão jovem em que o personagem Bolinha se torna um adolescente padronizado, pois se mantivessem sua diferença que é ser gordo não poderiam fazer histórias felizes em que o personagem arrasa nas paqueras.

Ou seja, um adolescente com calvice precoce ou que passou por quimioterapia, problema de dicção, gordinho, ou qualquer diferencial não tem com quem se identificar nessas histórias para o publico jovem, pois elas seguem o estereótipo da juventude padronizada e descolada que curte a vida ao máximo. Todo mundo é bonito, todo mundo é feliz, e não existe nenhuma forma de preconceito.

Quer uma recomendação? Baixe o hack do Super Cebolinha Bros. no post anterior, divirta-se e esqueça que essas porcarias jovens existem.